Construção de pista que ligaria as avenidas Durval de Góes e Menino Marcelo, em Maceió, é suspensa

Postado em 18 de Abril de 2024 ás 20:12
Decisão foi tomada após recomendação conjunta do MPF e do MP-AL. Projeto prevê desapropriação de imóveis no bairro do Antares, mas moradores da região pedem alternativas menos drásticas. Construção de via que ligaria Durval de Góes e Menino Marcelo, em Maceió, é suspensa
A construção de uma pista que ligaria as avenidas Durval de Góes Monteiro e Menino Marcelo, em Maceió, foram suspensas pela para avaliar os impactos da abertura da nova via para moradores que serão obrigados a deixar suas casas no bairro do Antares.
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A suspensão foi recomendada pelo Ministério Público Federal (MPF-AL) e pelo Ministério Público Estadual (MP-AL) após uma inspeção realizada no Loteamento Terra de Antares II, na terça-feira (16), ocasião em que foram ouvidos moradores de 24 residências que devem ser desapropriadas para a construção.
"A preocupação demonstrada pelos moradores foi que o traçado dessa via atingisse o menor número possível de casas, afim de evitar desapropriações", disse a procuradora da República Juliana Câmara.
A aposentada Tereza Correia mora no loteamento há mais de 20 anos. A casa dela é uma das que serão desapropriadas, segundo o projeto.
"Para nós o importante não seria uma indenização. Seria nos mantermos nos nossos imóveis, porque foi um sacrifício para todos que estão aqui morando a construção desse espaço. Além do local para se habitar, existe uma comunicação muito boa, afetiva, entre os moradores", disse a moradora.
Os moradores afirmam que não são contra a construção de uma via para ligar as avenidas, mas que esperam que não seja necessário fazer desapropriações.
"Nós não somos contra. Compreendemos tudo isso. Só que nós queremos que eles usem de uma consciência e aproveitem os espaços que não são agressivos à população. Nós temos aqui uma área verde que a engenharia pode muito bem criar um projeto que atinge o que eles querem sem ferir o meio ambiente nem o emocional das pessoas nem o econômico também", disse a moradora Tereza Correia.
Segundo a procuradora Juliana Câmara, uma reunião com a prefeitura vai definir como vai ficar o projeto.
"Haverá uma reunião com todas as partes, em conjunto, para tentar atingir o melhor resultado para a população", disse.
O afundamento do solo provocado pela mineração da Braskem em Maceió provocou sérios danos à cidade, afetando também a mobilidade urbana, como o fechamento de vias importantes. No acordo socioambiental firmado em 2020, a Braskem se comprometeu a custear obras de mobilidade urbana como uma forma de reparação pelos danos causados à cidade.
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A Prefeitura de Maceió ficou responsável pela execução da obras e a Braskem, pela contratação das empresas. Para essa obras, a mineradora destinou R$ 360 milhões.
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