Postado em 02 de Dezembro de 2025 ás 08:47

Mulher ferida após ser agredida e atropelada pelo ex, em Olivença.
Arquivo pessoal
Uma mulher de 29 anos, identificada como Válbya Carla, foi vítima de uma tentativa de feminicídio em Olivença, no Sertão de Alagoas, após ser atropelada e agredida pelo ex-companheiro, Maciel Souza, de 24 anos.
O crime ocorreu no domingo (30). A vítima, mãe de dois filhos, um deles de apenas 1 ano e 3 meses, fruto do relacionamento com o autor, foi socorrida após a intervenção de um vizinho. Maciel foi preso em flagrante e teve a prisão convertida para preventiva.
Maciel Souza, de 24 anos, atropelou a ex-esposa em Olivença, Alagoas.
Arquivo pessoal
De acordo com a advogada da vítima, Júlia Nunes, a vítima pediu a companhia de um conhecido para voltar para casa, acreditando que estaria protegida. Os dois seguiam de moto quando foram surpreendidos pelo agressor.
“Ele jogou o carro sobre ela e sobre o homem que a acompanhava. Valbya caiu desacordada e ele colocou-a dentro do carro, levou-a para casa e só parou as agressões quando foi interrompido por um vizinho”
O que é feminicídio?
A mãe da vítima conseguiu acionar a Polícia Militar (PM), que prendeu o suspeito em flagrante.
'Você merece 80 murros'
Além disso, prints mostram mensagens do autor do crime à vítima, incluindo uma em que ele diz: "Você merece 80 murros. 'Né' 60, não."
Print de conversa entre Maciel Souza e Válbya Carla.
Arquivo pessoal
Essa não foi a única ameaça feita por Maciel. Outro print mostra uma conversa em que a vítima estaria bebendo, e o suspeito faz diversos xingamentos, ordena que ela vá para casa e pergunta com quem está o filho do casal. "Responda, nojenta", disse ele na conversa.
Maciel Souza ameaçando Válbya Carla através de conversa no Whatsapp
Arquivo pessoal
'Nunca denunciou por medo de ser assassinada'
Ainda segundo Júlia Nunes, a jovem já vivia um histórico de violência doméstica, mas nunca denunciou por medo de ser morta.
“Valbya é uma jovem mãe que, como tantas outras mulheres, já vivia um relacionamento abusivo. Inclusive, já tinha sido vítima de violência física diversas vezes, mas silenciou, nunca denunciou por medo de ser assassinada”, declarou.
Prisão preventiva
Na audiência de custódia realizada nessa segunda-feira (1º), o Ministério Público, representado pelo promotor Thiago Riff, discordou da tipificação inicial do caso como lesão corporal feita pelo delegado responsável pela investigação.
O juiz homologou a prisão em flagrante e converteu em prisão preventiva, reconhecendo o risco que o agressor representa para a vítima e para a sociedade.
Suspeito alegou uso de álcool e drogas
Durante a oitiva, o suspeito alegou uso de álcool e drogas — justificativa comum em casos de violência doméstica, segundo a defesa da vítima.
“Se ele usou droga e álcool para cometer o crime, isso pode agravar ainda mais sua pena. Não há desculpas para violência contra a mulher”, completou Júlia Nunes.
A vítima segue em recuperação. O caso continuará sendo investigado como tentativa de feminicídio.