Postado em 01 de Setembro de 2025 ás 16:02

Luciano Bezerra Feitosa, Sinhô Conceição, vereador
Divulgação
A Justiça eleitoral cassou o mandado do vereador Luciano Bezerra Feitosa, conhecido como “Sinhô da Conceição”, eleito em 2024 (PP). Todos os votos atribuídos a ele também foram anulados. De acordo com a decisão, ficou comprovada a prática de compra de votos e abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral.
O juiz da 39ª Zona Eleitoral, Marcos Vinícius Linhares determinou ainda a recontagem de votos da eleição para que seja eleito um novo vereador.
O g1 tenta contato com o vereador.
As investigações apontaram um esquema estruturado que envolveu a distribuição de dinheiro, combustível e até consultas médicas em troca de votos, atingindo mais de 300 eleitores em 16 comunidades do município.
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Na casa de Luciano foram encontradas listas com os nomes dos eleitores separados por localidade. Em alguns deles, havia o registro de ok, pago, não pago e nomes riscados, evidenciando a existência de uma contabilidade paralela e com e acompanhamento dos pagamentos realizados.
Questionado sobre as listas, o vereador negou participação no esquema, mas não apresentou nenhum tipo de prova.
Em sua decisão, o magistrado destacou que o mandato foi obtido "predominantemente através de vontade viciada e não da livre manifestação democrática”, o que teria comprometido a legitimidade do pleito de 2024 em Água Branca.
Com a decisão de 1º grau, o diploma de Luciano Bezerra Feitosa foi cassado e todos os votos atribuídos ao candidato foram anulados. A decisão também determinou a retotalização dos cálculos dos quocientes eleitoral e partidário.
Vale ressaltar que, conforme prevê a legislação, a decisão de primeiro grau possui efeito suspensivo automático, e só terá cumprimento imediato após o trânsito em julgado ou confirmação pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE/AL).
Nomes nas listas do vereador foram contabilizados na votação
Durante o processo, várias testemunhas foram ouvidas, inclusive eleitores que tiveram a promessa de de receber R$ 100 em troca do voto em Luciano Bezerra. Além disso, uma pessoa que trabalhava para o vereador também foi ouvida. Ela era a responsável por oferecer o dinheiro em troca dos votos no vereador.
Segundo as investigações, as pessoas que estavam na lista encontrada na casa do vereador votaram nele, comprovando a influência que o pleito eleitoral sofreu.
Ou seja, os números revelam que possivelmente entre 67% e 91% dos votos obtidos pelo candidato impugnado nas seções analisadas pelo TRE derivam diretamente da compra de votos. O mandato foi construído de forma viciada e não da livre manifestação democrática.
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