Adolescente com sequela grave de dengue hemorrágica passa por primeiro transplante de coração captado fora de AL

Postado em 05 de Setembro de 2025 ás 20:47
Primeiro transplante de coração captado fora de AL beneficia jovem de 16 anos
O alagoano Samuel Jackson de Lima, 16 anos, passou por um transplante de coração no Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, três anos após desenvolver miocardite, uma complicação da dengue hemorrágica. O transplante inédito em Alagoas marcou a primeira captação de coração para transplante realizada fora do estado.
O novo coração de Samuel veio de um doador de Aracaju, em Sergipe. A captação de órgãos em estados diferentes é feita através de uma logística complexa e coordenada pelas Centrais de Transplante.
Ana Carla Lima afirmou que a vida do filho mudou em 2022, quando ele teve dengue hemorrágica aos 13 anos e evoluiu para miocardite, uma inflamação do tecido muscular do coração.
"Na época, ele tinha 13 anos e parou tudo. Ele teve que parar de estudar. Tinha que ter auxílio para tomar banho, para tudo. Tinha que usar muitos medicamentos. Foi muito sofrimento, muitas internações", disse a mãe do paciente.
Após anos de tratamento com remédios, a única chance de Samuel ficar vivo era o transplante cardíaco. Ele entrou para a lista de espera no início de 2025.
Ana Carla disse que nunca vai se esquecer do momento em que recebeu a ligação sobre um coração disponível em Sergipe.
"Às quatro horas da manhã o telefone tocou. Quando eu vi que era do hospital, já sabia que a esperança de mudança de vida estava chegando para o meu filho".
A missão de conseguir um novo coração para Samuel mobilizou a força-tarefa envolvendo a equipe do hospital, o Salva Mais Alagoas, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), a Polícia Militar de Sergipe (PM/SE), e as Centrais de Transplante nacional e dos dois estados.
“Foi uma operação marcada por muita cooperação e sinergia entre várias equipes. Do momento da captação em Aracaju até o transplante em Maceió, cada profissional envolvido trabalhou com foco em salvar uma vida. Essa parceria entre hospitais, centrais de transplante e órgãos de apoio como Samu e o Programa Salva Mais Alagoas mostra que, quando nos unimos, conseguimos alcançar resultados extraordinários. É uma vitória para a medicina e, principalmente, para os pacientes que depositam em nós sua esperança”, afirmou o cirurgião cardiovascular Diego Andrade, um dos responsáveis pela captação e transplante.
Samuel se recupera do transplante no hospital, acompanhado pela mãe.
“Eu só chorava e agradecia. A esperança de saber que ele poderá ter a vida de volta me enche de alegria. Todos do hospital estavam esperando comigo, todos emocionados, e me senti tão acolhida. Foi uma bênção de Deus. Gratidão demais, porque, em meio a uma dor tão grande, uma família disse ‘sim’, nos dando a chance de sonhar com um futuro pela frente”, disse Ana Carla Lima.
Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL
Veja mais notícias da região no g1 AL
OUÇA AO VIVO
-