Documentos obtidos pela TV Asa Branca AL mostram como funcionava esquema na Sesau

Postado em 18 de Dezembro de 2025 ás 11:43

Investigação na Saúde
Documentos obtidos com exclusividade pela TV Asa Branca Alagoas veiculados no jornal AB2 desta quarta-feira (17) mostram que denúncia anônima de grande movimentação de dinheiro vivo deu início à operação da Polícia Federal (PF) sobre uma rede de corrupção dentro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).
Segundo a PF, o esquema teria desviado aproximadamente R$100 milhões de verbas públicas do SUS.
Secretário Gustavo Pontes de Miranda
Arquivo Pessoal
Nos documentos, a PF aponta como líder do esquema o secretário Gustavo Pontes de Miranda, afastado do cargo por determinação da Justiça por 180 dias. A polícia também aponta a fisioterapeuta Andreia Araújo Cavalcante como suposta amante de Pontes de Miranda e uma das beneficiárias do esquema.
Um depósito via pix no valor de R$50 mil para Andreia Araújo voltou as atenções dos investigadores para a fisioterapeuta que ocuparia um cargo em comissão na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) e teria padrão de vida incompatível com a renda dela.
A PF diz que o pix coincide com o início dos repasses da Sesau para o NOT.
Conforme a PF, Andreia Araújo Cavalcante é proprietária de uma pequena loja de roupas e acessórios femininos em Brasília, mas mora em uma casa de alto padrão que, segundo a PF, está avaliada em mais de R$1,5 milhão.
Os documentos que chegaram até a TV Asa Branca mostram, ainda, que o pagamento para Andreia Araújo foi feito pelo médico Reinaldo Fernandes Júnior.
Apreensão de dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira
Polícia Federal de Alagoas
O ortopedista é sócio administrador do NOT (Núcleo de Ortopedia e Traumatologia) que funciona em Maceió e é um dos alvos da operação Estágio IV, deflagrada em Alagoas na terça-feira (16).
As investigações apontam que Reinaldo seria o responsável pelo desvio do recurso do SUS para o secretário afastado Gustavo Pontes de Miranda.
PF diz que NOT seria elo entre os envolvidos
Clinica privada alvo de operação em Alagoas
Polícia Federal de Alagoas
Na investigação, a PF diz que Gustavo Pontes e Reinaldo Fernandes eram sócios no NOT até um mês antes de a clínica entrar para o programa Mais Saúde Especialidades.
Conforme a denúncia, já como secretário, Gustavo Pontes autorizou a entrada da empresa no Mais Saúde Especialidades mesmo sem o NOT ter apresentado toda a documentação exigida pelo plano de trabalho do programa federal.
A PF afirma também que a empresa segue atendendo o programa em situação precária.
A produção do jornalismo da TV Asa Branca e o g1 tentam desde esta quarta-feira um posicionamento dos citados na reportagem. O texto será atualizado se houver resposta.
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